terça-feira, 29 de maio de 2007
Um desafio
segunda-feira, 28 de maio de 2007
Cada instante Aqui-Agora!!
Como implementar no dia-a-dia o estado do Aqui-Agora?
Todos nós somos bombardeados por tantos estímulos, a nossa mente salta incessantemente de assunto para assunto e facilmente nos distraímos.
Não descobri nada e nada inventei, apenas estou a tentar implementar o que me ensinam e descobri que andava adormecida.
Comecei por dizer de uma forma clara a palavra referente ao instante que estava a viver por exemplo: se estou a conduzir dizer calmamente e conscientemente “conduzir”, se estou a escrever dizer conscientemente e calmamente “escrever”, se estou a descascar uma cenoura dizer “cenoura”.
A diferença entre dizer estas palavras e simplesmente fazer o que sempre fazia, reside no facto de que, de repente, estava plenamente presente e desperta, como se estivesse a fazer todas aquelas actividades pela primeira vez. Inclusivamente os meus olhos estavam mais focados e concentrados no instante, sem pensar nem deambular por outro assunto, só um de cada vez.
A sensação é interessante, estar a observar o que se sempre se viu mas afinal não se viu!
Dificilmente as palavras fazem justiça ao que se sente, se aprende ou se descobre. Por isso vivam o instante Aqui-Agora, experimentem a sensação, é de uma lúcidez....!
quinta-feira, 24 de maio de 2007
Voltar a casa
Nascemos com a Mente de Buda não-nascida. Pertence-nos desde sempre, é intrínseca à nossa própria natureza. Tudo o que existe é uma manifestação desta Mente. Nem toda a gente compreende que a sua vida é uma expressão do Não-nascido, mas cada um de nós tenta experienciar esse estado mental natural. Estamos a voltar a casa.
A Summer Retreat
with Amy Hollowell Sensei
In the Zen tradition, summer is an auspicious season for intensive practice, when practitioners retreat to the countryside, leaving behind their usual preoccupations. During this week of retreat in Portugal, the distance from our habitual activities will help us cultivate clarity and awareness and a more intimate experience of ourselves, others and the world.
Beginners and experienced practitioners alike are welcome.
Date: July 26 (18h) – August 1st (12h)
Place: Centro de Formação Agrícola de Malhadas (see their web page here)
Estrada Nacional, 5210-150 Malhadas (6 km far from Miranda do Douro) Portugal
Price: 175 euros (200 euros for registration after the 1st July), lodging and vegetarian meals included
For information and to register: ubporto@gmail.com
cell phone (351) 91 7088371
Amy Hollowell Sensei is a dharma heir of the French Zen teacher Catherine Genno Pages Roshi and a teacher within the international White Plum lineage, which incorporates both the Soto and Rinzai Zen Buddhist traditions.
Retiro de Verão
Datas: de 26 de Julho a 1 de Agosto (uma semana)
Local: Centro de Formação Agrícola de Malhadas
(a
Mapa: http://www.capmalhadas.com/
Contribuição: €200
Condições: quartos de 3 camas; refeições vegetarianas
Para se inscrever, envie um cheque de €75 em nome da União Budista Portuguesa para a nossa morada na Rua da Restauração, 463 – 2.º 4100-506 Porto ou faça uma transferência bancária: NIB 0035 0374 0000 164743002 (CGD)
Contacto: 917088371 ou ubporto@gmail.com
O retiro inclui sessões de meditação, palestras, oportunidade para fazer perguntas, entrevistas pessoais com o professor (dokusan) e samu (meditação em acção, ou seja, trabalho! – limpeza, preparação das refeições, etc.)
Os nossos retiros são abertos a qualquer um. Ou seja, não é preciso ser budista, nem sequer de ter a intenção de se tornar budista, para participar. Principiantes e praticantes com mais experiência são igualmente bem-vindos.
O Centro de Formação funciona como uma quinta, inserida em plena natureza, no Parque Natural do Douro Internacional.
http://www.impactus.pt/douro_internacional.htm
Amy Hollowell nasceu em Minneapolis, nos Estados Unidos, em 1958. Emigrou para França em 1981 no final dos seus estudos universitários. Actualmente é jornalista num quotidiano internacional com sede em Paris. É também poeta - os seus poemas foram publicados nos Estados Unidos e na Europa. Começou a estudar o Zen com Roshi Catherine Genno Pagès em 1993 e ensina sob a sua direcção desde o ano 2000. Recebeu a transmissão do Dharma em 2004.
O que é um retiro?
http://zen-pt.blogspot.com/2007/05/o-que-um-retiro.html
O que é o Zen?
http://zen-pt.blogspot.com/2007/05/o-que-o-zen.html
Porquê meditar?
Porquê meditar?
Somos o que pensamos.
Tudo o que somos provém
dos nossos pensamentos.
Com os pensamentos
Fazemos o mundo
(do Dhammapada)
(texto cortesia de Open Way Zen, traduzido por José Eduardo Reis)
O que é o Zen?
O Zen é um ramo do budismo que se desenvolveu na China (aí conhecido por Chan) e faz parte de uma antiga tradição com 2.500 anos fundada por Siddharttha Gotama. Este viria a ser conhecido por Buda, que significa simplesmente o “desperto”, e que viveu e morreu como um ser humano e não como um deus objecto de veneração. O Chan irradiou da China para a Coreia (aí conhecido por Son), para o Japão (por Zen) e para o Vietname (por Thien). Nos últimos quarenta anos, aproximadamente, criou raízes em muitos outros países.
(texto cortesia de Open Way Zen, traduzido por José Eduardo Reis)
O que é um retiro?
Um retiro é uma oportunidade de clarificar e aprofundar o que é realmente essencial para cada um de nós. Num retiro budista, tentamos criar as condições exteriores e interiores que nos permitem afastar-nos da agitação e dispersão da nossa rotina, de forma a podermos realmente descontrair e abrir. O ambiente envolvente, as práticas de harmonização corpo-mente, as refeições vegetarianas, o diálogo, o silêncio, reflectem esta procura de uma maior simplicidade e este processo de redescoberta de nós mesmos.
Com o desenrolar do retiro, atenuam-se as barreiras que separam o eu, o outro, o mundo. À medida que nos soltamos, a tranquilidade e a quietude dá lugar a mais disponibilidade, amplitude, alegria e mesmo gratidão. A tranquilidade faz emergir a apreciação pelas pequenas coisas e os gestos simples – os sons, os sabores, os cheiros, as sensações, o estar consigo, o estar com os outros.
Um retiro oferece a oportunidade de experienciar a vida de uma forma mais leve e receptiva. Ao estarmos mais atentos e conscientes de tudo, das nossas relações de interdependência com os outros, refinamos a nossa habilidade para nos ocuparmos de nós, dos outros e do mundo, com mais compaixão e sabedoria.
terça-feira, 22 de maio de 2007
Uma Mente
O Mestre disse-me: Todos os Budas e todos os seres sensíveis não são nada mais do que Uma Mente, para além da qual nada existe. Esta Mente, que não tem princípio, é não-nascida e indestrutível. Não é verde nem amarela, não tem forma nem aparência. Não pertence à categoria das coisas que existem ou não existem, nem pode ser pensada em termos de nova ou velha. Não é comprida nem curta, não é alta nem baixa, pois transcende todos os limites, medidas, nomes, traços e comparações. É aquilo que vês diante de ti – começa a raciocinar sobre isso e já estás a cair em erro. É como o vazio ilimitado que não pode ser concebido ou medido. A Uma Mente é o Buda, e não há distinção entre o Buda e os seres sensíveis, apenas os seres sensíveis estão apegados às formas e procuram a budeidade no exterior. Ao procurá-la, perdem-na, pois é usar o Buda para procurar o Buda e usar a mente para compreender a Mente. Mesmo que dêem o seu melhor durante todo um éon, não conseguirão atingi-la. Não sabem que, se pararem o pensamento conceptual e esquecerem a ansiedade, o Buda surgirá á frente deles, pois esta Mente é o Buda e o Buda é todos os seres vivos. Não é pior manifestar-se enquanto ser sensível, nem melhor manifestar-se enquanto Buda.
domingo, 20 de maio de 2007
O Segredo e o Trabalho
Ainda não vi "The Secret", apenas foi referido pela Tsering da última vez que ela cá esteve. Entretanto estou a ler o livro de Byron Katie A Thousand Names for Joy. Descobri entretanto que Byron tem um blog, e num dos últimos artigos ela faz a distinção entre a técnica do "Segredo" e a do "Trabalho" (O Trabalho é o nome do processo de auto-investigação que Byron Katie ensina).
O Segredo: “Podes controlar os teus pensamentos.”A resposta dela é tão espantosamente clara e simples, não é? :) Outro ponto:
O Trabalho: “Não és o pensador. Não é possível suprimir os pensamentos negativos. Mas quando os questionas, eles largam-te.”
O Segredo: “Podes manifestar os pensamentos positivos enquanto realidade.”(na verdade, ela diz "you’re home free" o que é uma forma muito budista de se exprimir :) Também adoro um episódio que ela conta em que encontra amigos que não via há muito tempo e que lhe perguntam pela mãe. Ela responde: "Está óptima. Morreu." Claro que os amigos se sentiram desconfortáveis. Mas eu percebo-a muito bem. Há algum tempo recebi uma chamada em que alguém obviamente pesaroso me comunicava a morte de uma amigo. Não tive coragem de o dizer alto, mas o meu primeiro pensamento foi: "fantástico! que bom! agora o P. vai poder seguir viagem!"
O Trabalho: “A realidade já é o melhor a manifestar-se. Quando realizas isto, és livre."
Repousemos na frescura inalterada do momento presente. Mathieu Ricard
Muito Zen, não é? :)
sábado, 19 de maio de 2007
reencontro
segunda-feira, 14 de maio de 2007
Desarmamento interior
Ontem estive em casa de uns familiares num almoço de família. Durante esse periodo observei uma das pessoas presentes que trouxe para a hora da refeição os seus mais recentes problemas.
Devido à dimensão desses problemas e também à sua gravidade, não mais parou de falar dominando toda a refeição.
Tanto sofrimento, tanta angústia. Vive num ambiente de invejas, raiva, luta, amargura, decepção e sei lá o que mais. Como seria de esperar não aproveitou convenientemente a refeição, que com tanto trabalho preparou para toda a família. Todos os outros pediam baixinho que se cala-se.
Ao ver-me envolvida nesta situação e estando presente ao momento, pensei o quão difícil é ver-nos livres dos nossos velhos hábitos, pois viver e cultivar todos estes sentimentos negativos, e querendo-os ou não, temos que ter consciência deles, identificá-los, para depois os conseguir tranformar em sentimentos mais positivos. É chamada compustagem de sentimentos transforma-se lixo em adubo para dar lindas plantas.
E então, questionei-me como deveria introduzir agora o amor e a compaixão?, eu sabia que a estória que estava a ser contada era séria e muito forte e tinha as suas raízes de raiva bem vincadas no terreno da discórdia.
Digo-lhe que se cale que estou farta de ouvir tanto ruído, num almoço que deveria ser de sossego?
Ao reflectir nestas duas questões pensei que esta pessoa sofria muito e que deveria viver muito só e com imensa falta de amor, e que estando perante tantas pessoas resolveu desabafar e num acto de desepero e pedir socorro. Nesse instante já não senti mais desprezo e achei que poderia ser um acto de compaixão ouvir em silêncio e com todos os meus sentidos toda a estória, e ao mesmo tempo desejar-lhe muito amor. Decidi pôr em prática o ouvir em consciência, proporcionando-lhe desse modo paz.
O resultado foi interessante pois com o passar das horas essa pessoa começou a ficar mais calma e de algum modo a tentar encontrar um meio para resolver tanta confusão.
Sua Santidade Dalai Lama diz que: “ A cólera e o ódio destroem a paz interior. A compaixão, o perdão, a fraternidade, o contentamento e a auto-disciplina são a base da paz, tanto interior como exterior. A paz duradoura só pode existir se se tiverem reforçado estas qualidades. É a isto que eu chamo desenvolvimento espiritual ou, por vezes, desarmamento interior. Na realidade, a todos os níveis da nossa existência – familiar, social, profissional e político – é deste desarmamento interior que a humanidade precisa.”
Todos podemos contribuir para que tal aconteça e são muitos os caminhos que podemos percorrer, mas vale a pena pôr em prática todos estes ensinamentos !!
sexta-feira, 11 de maio de 2007
Compaixão e sabedoria
A nossa prática do Dharma só pode beneficiar o mundo. Conforme as nossas mentes se purificam dessas forças que criam sofrimento, os hábitos de cobiça, ódio e ignorância, o mundo fica mais liberto das muitas consequências desses estados mentais. Mas o que é necessário para ir da compreensão de que a nossa prática inevitavelmente ajudará outros até fazer da felicidade dos outros a nossa motivação para a prática? Conhecendo as nossas próprias limitações, poderemos realisticamente colocar esta motivação logo no princípio? E qual o efeito de o fazer?
Um ponto de viragem para mim na abertura a esta possibilidade ocorreu num retiro Dzogchen. Nyoshul Khen Rinpoche deu ensinamentos sobre bodhicitta relativa e absoluta. Bodhiccita significa literalmente “coração/mente desperta”. No plano relativo é compaixão, expressa no voto de bodhisattva de salvar todos os seres; é a aspiração para despertar da ignorância de forma a viver para o benefício de todos os seres. No plano absoluto, bodhiccita está para além dos conceitos de eu e o outro. É a natureza desperta e vazia da própria mente. Quando Rinpoche ensinava estes dois aspectos – compaixão e vacuidade – houve um momento inesperado de compreensão quando percebi que o plano relativo é a expressão do absoluto: a compaixão é a actividade da vacuidade. De repente o grande e aparentemente impossível fardo de “alguém” (eu!) a ter de salvar todos os seres dissolveu-se na grande arena expansiva da acção altruísta e compassiva. A acção compassiva é a reacção natural à consciência livre do eu: não há ali ninguém a fazer alguma coisa.
No seu ensinamento sobre o homem (ou mulher) sem dependência, Rinzai, mestre Zen chinês do século IX, expressou a criatividade e ilimitado potencial de uma pessoa aprisionada pela noção de eu:
Se um homem me vem perguntar pelo Buda, como homem sem dependência, apresento-me em estado de pureza e limpeza. Se pergunta por um Bodhisattva, apresento-me num estado de compaixão e benevolência. Se pergunta por Bodhi – a verdadeira sabedoria – apresento-me num estado de pureza e delicada humildade. Se pergunta pelo Nirvana – a iluminação completa – apresento-me num estado de total serenidade. Embora haja centenas de milhar de estados, enquanto homem sem dependência, sou sempre o mesmo. Portanto a minha apresentação de vários estados de acordo com os requerimentos é apenas como a Lua que livremente apresenta as suas imagens na superfície da água.
Joseph Goldstein, One Dharma
Meditação activa
quinta-feira, 10 de maio de 2007
Um artigo de referência
tradução de José Eduardo Reis, cortesia de Open Way Zen
próximos retiros
com Amy Hollowell Sensei.
Local: a confirmar
Datas: de 29 de Julho a 4 de Agosto
RETIRO ZEN O Zen do Caminho Aberto
com Francis Chauvet
Local: a confirmar
Datas: de 9 a 11 de Novembro 2007
RETIRO Libertando-se dos hábitos
com Martine Batchelor
Datas: de 12 a 13 de Janeiro 2008
Mais informações brevemente.
organização: UBP Porto
Sessões de Introdução ao Zazen
em Coimbra: 27 Maio 2007, às 15h00
(Coimbra) Rua Daniel de Matos, n.º 10 – 3.º esq. Bairro Norton de Matos
Coimbra: 91 9522724 (Maria Amélia)
Material: trazer roupas largas e confortáveis